Um dia decidi cair.
Atirar-me de lá. Ao ver-me aproximar da beira, um uníssono “NÃO!”. Um abismo
era o que todos viam. Um mar calmo e de águas límpidas a meus olhos.
Hesitei. Poderiam dois
olhos ver melhor que tantos outros juntos?
Face a face com a
dúvida, restou olhar para dentro e perguntar. De olhos cerrados, ouvia o som do
marulhar, não ouvia ventos ocos.
A voz sussurrava-me, tu
sabes.
E eu sabia.
E por isso deixei-me
cair.
O splash senti-o na
pele, a liberdade na alma.
Navego hoje, a água leva-me
sempre ao destino. E se não for hoje, é amanhã.
Liberta do corpo de
mulher, podia ser sereia. Mas já não preciso definir-me.
Sei-me.
Para a Rosa,
que teve a coragem de se encontrar
Arte: Sergey Samsonov |
Por vezes a multidão é cega porque tenta ver com os olhos...
ResponderEliminarO coração e alma sabem muito melhor observar...
Lindo, Isa! :)
Beijinhos!
Dulce
"Sei-me" - É o quanto basta!
ResponderEliminarPrecisamos escultar os nossos sentidos e dar mais valor a resposta que obtemos.
ResponderEliminarDemais. Bjs.
É um texto muito bom! Gostei muito.
ResponderEliminarBeijinho
por vezes andamos perdidos e cegos....
ResponderEliminaruma bela homenagem à Rosa que deve ter ficado muito feliz com este poema.
parabéns ...
beijos
boa semana.
:)
Há situações na vida que o melhor a fazer é saltar, assumir rupturas que nos levem a outros universos e nos encontremos connosco próprios. Porque todos têm direito a viver a vida que idealizaram e a serem felizes.
ResponderEliminarPor isso, dado que a Rosa (que não conheço) se encontrou, dou-lhe os meus parabéns. E a ti também, já que o teu excelente texto toca qualquer um.
Boa semana, querida amiga Isa.
Beijo.
Belo
ResponderEliminarno ciclo das marés