Quem lê / Who's reading

"a escrita é a minha primeira morada de silêncio" |Al Berto

domingo, 14 de fevereiro de 2016

A rapariga na portagem

Foto: www.pixabay.com

Hoje deixo-vos com o início de uma história de amor (ou serão várias?) 

A rapariga na portagem

Foi há um ano. Fazia exactamente hoje um ano que tudo tinha começado. Sabia-o porque estava a olhar para um panfleto que anunciava a feira deste ano. Nem costumava ir, mas o ano passado um impulso levou-o. O mesmo impulso que o levou a ir ler a sina.
A barraquinha de ler a sina tinha qualquer coisa de místico a que ele não conseguiu resistir. Talvez por se encontrar numa fase em que sentia que devia entregar o destino à sorte. Os caminhos que escolhera para si revelavam-se por vezes incompreensíveis até para ele. Pelo menos quando parava para olhar as pegadas. Por isso, porque não ler a sina? De repente até fazia sentido que uma pequena imagem ou uma linha na sua mão tivessem algo a dizer-lhe.
A cigana disse-lhe várias coisas. Mas apenas uma o levou ali, onde estava agora. Sentado no carro, à espera, a ver o Inverno a cair sobre o pára-brisas.
Lembrava-se bem, a cigana virou uma carta e ficou a olhar para ela. Foi a última que virou: “O seu amor está mo Caminho da Lua. Mas lembre-se, não basta procurar, tem que saber encontrar! Ouça-se a si mesmo e às mensagens da Lua e encontre quem o completa!”
Ainda perguntou o que queria dizer tudo aquilo, mas ela anunciou que a leitura estava terminada e indicou-lhe a saída.
Alexandre não era uma pessoa supersticiosa, mas aquela estranha declaração não lhe saiu da cabeça durante o resto da noite. Onde seria o Caminho da Lua? Nunca ouvira falar desse sítio! Mas se as cartas lhe diziam que lá iria encontrar o amor, talvez valesse a pena procurá-lo! Afinal entrara dentro daquela tenda em busca de uma mensagem. É verdade que não deixava de ser uma mensagem enigmática… Mas ele até gostava de decifrar enigmas… Vendo bem, até era um desafio feito à medida dele!
Decidido enfim a procurar a resposta, pegou no telemóvel e abriu a internet. Era pouco provável encontrar alguma referência, mas não custava tentar.
Alguns segundos de busca e… Afinal parecia existir! Abriu o primeiro link e leu que o Caminho da Lua era uma estrada antigamente assim chamada por lá se ver muito bem a lua e dar a ilusão de óptica de que a lua caía sobre a terra. Era um local escolhido pelos namorados para passear, pois acreditavam que a lua iluminava o seu amor.
O que dizia a seguir, ele já sabia, pois passava todos os dias naquele sítio! O Caminho da Lua era hoje menos conhecido por esse nome porque se transformara numa portagem. A portagem onde ele passava todos os dias, a caminho do trabalho!
A previsão da cigana parecia-lhe agora ainda mais enigmática! Como poderia encontrar o amor numa portagem? Um local onde não falava com ninguém e onde todos passavam fechados nos seus carros??

(...) 

Continua!


Podem descobrir como acaba esta história, no meu primeiro livro

Invernos, Sonhos e Andorinhas

 que podem adquirir no site da Chiado Editora.


Feliz dia de S. Valentim a todos os que amam!

2 comentários:

  1. Acho que o caminho da Lua deve passar sempre pela Estrada do Coração!
    Belo! Vamos ver como ficará a história.

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Um espaço para recortes que completem o álbum de instantâneos... Obrigada pela visita!
A space for clip to complete this snapshot album... Thank you for your visit!

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