Foto: www.pixabay.com Hoje deixo-vos com o início de uma história de amor (ou serão várias?) .
A rapariga na portagem
Foi há um ano. Fazia exactamente hoje um ano que tudo tinha começado.
Sabia-o porque estava a olhar para um panfleto que anunciava a feira deste ano.
Nem costumava ir, mas o ano passado um impulso levou-o. O mesmo impulso que o
levou a ir ler a sina.
A barraquinha de ler a sina tinha qualquer coisa de místico a que ele
não conseguiu resistir. Talvez por se encontrar numa fase em que sentia que
devia entregar o destino à sorte. Os caminhos que escolhera para si revelavam-se
por vezes incompreensíveis até para ele. Pelo menos quando parava para olhar as
pegadas. Por isso, porque não ler a sina? De repente até fazia sentido que uma
pequena imagem ou uma linha na sua mão tivessem algo a dizer-lhe.
A cigana disse-lhe várias coisas. Mas apenas uma o levou ali, onde
estava agora. Sentado no carro, à espera, a ver o Inverno a cair sobre o
pára-brisas.
Lembrava-se bem, a cigana virou uma carta e ficou a olhar para ela. Foi
a última que virou: “O seu amor está mo Caminho da Lua. Mas lembre-se, não
basta procurar, tem que saber encontrar! Ouça-se a si mesmo e às mensagens da
Lua e encontre quem o completa!”
Ainda perguntou o que queria dizer tudo aquilo, mas ela anunciou que a
leitura estava terminada e indicou-lhe a saída.
Alexandre não era uma pessoa supersticiosa, mas aquela estranha
declaração não lhe saiu da cabeça durante o resto da noite. Onde seria o
Caminho da Lua? Nunca ouvira falar desse sítio! Mas se as cartas lhe diziam que
lá iria encontrar o amor, talvez valesse a pena procurá-lo! Afinal entrara
dentro daquela tenda em busca de uma mensagem. É verdade que não deixava de ser
uma mensagem enigmática… Mas ele até gostava de decifrar enigmas… Vendo bem,
até era um desafio feito à medida dele!
Decidido enfim a procurar a resposta, pegou no telemóvel e abriu a
internet. Era pouco provável encontrar alguma referência, mas não custava
tentar.
Alguns segundos de busca e… Afinal parecia existir! Abriu o primeiro
link e leu que o Caminho da Lua era uma estrada antigamente assim chamada por
lá se ver muito bem a lua e dar a ilusão de óptica de que a lua caía sobre a
terra. Era um local escolhido pelos namorados para passear, pois acreditavam
que a lua iluminava o seu amor.
O que dizia a seguir, ele já sabia, pois passava todos os dias naquele
sítio! O Caminho da Lua era hoje menos conhecido por esse nome porque se
transformara numa portagem. A portagem onde ele passava todos os dias, a
caminho do trabalho!
A previsão da cigana parecia-lhe agora ainda mais enigmática! Como
poderia encontrar o amor numa portagem? Um local onde não falava com ninguém e
onde todos passavam fechados nos seus carros??
(...)
Continua!
Podem descobrir como acaba esta história, no meu primeiro livro Invernos, Sonhos e Andorinhas que podem adquirir no site da Chiado Editora. Feliz dia de S. Valentim a todos os que amam! |
As palavras surgem como um flash na minha mente. Impressas como se um instantâneo, nascem a preto e branco… Mas quando as releio, ganham cor…!
Quem lê / Who's reading
"a escrita é a minha primeira morada de silêncio" |Al Berto
domingo, 14 de fevereiro de 2016
A rapariga na portagem
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Mensagens populares / Popular messages
-
No calendário a Primavera já começou, e nas ruas começa a despontar. Nas árvores que começam de novo a vestir-se de verde, nas flores aind...
-
Atava as pequenas sandálias delicadas. Preparava-se para um ensaio, para se perder na música, nos movimentos sincronizados, na beleza das...
-
Brian Cain, Wind You took all my skin off . In just a few seconds, all my veins were in sight, showing the blood, flowing in it’s o...
-
Excerto do conto Pim, Pam, Pum pós de pirlimpimpim Invernos, Sonhos e Andorinhas, de Isa Lisboa No próximo dia 11 de Março, o meu pr...
-
(A mim manera, Il Divo) Já tinha colocado o vestido, e a pequena gargantilha. O cabelo, não lhe dava muito trabalho, escovava-o e fic...
-
Estou a tentar escrever Amor As palavras não ficam No papel. Como se a caneta não tivesse tinta O papel não as aceitasse. Mas o...
-
Da série Correspondence, (c) Gaëlle Boissonnard - Presente da Fátima Sempre tive asas. Desde que me lembro. Desde que nasci, parece-me....
Acho que o caminho da Lua deve passar sempre pela Estrada do Coração!
ResponderEliminarBelo! Vamos ver como ficará a história.
Concordo, Ana! :) Obrigada!
Eliminar