Quem lê / Who's reading

"a escrita é a minha primeira morada de silêncio" |Al Berto
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sábado, 25 de julho de 2015

Dói-me esta capa

Foto: Vadim Stein

Hoje dói-me esta capa, esta capa que já não sei se é dura como aço ou frágil como seda.
Hoje dói-me, como se esta dor fossem encontrões da alma a tentar arranjar mais espaço, quem sabe a tentar sair.
Se ao menos eu soubesse como me alargar ou sequer como foi que a aprisionei…
Não me aprisionaste, parece-me ouvi-la dizer-me, fui eu que escolhi este invólcuro, se tento sair é apenas porque é a hora.
Hora de quê? Pergunto-lhe.
Hora de me veres.


sábado, 27 de junho de 2015

Entendimento

Foto: Autor não identificado 
Um dia
Algo se parte
Apenas porque já não pode ser
Ou porque frágil
Já era o metal.
Fica ali um coto partido
Desengraçado
Desengonçado
Dependurado.
Tentamos um enxerto
Mas o corpo rejeita-o
Procuramos aceitar
O que era, se foi, não é
Mas o que ser?
Talvez então
- Pensamos –
Esquecer?
Arrancamos então mais pele
Seca
Tentamos dissolver o passado
Num futuro que queremos
Ou julgamos.
Nada muda
O mesmo ar
O mesmo som
As mesmas mãos que escorregam.
E é no segundo
Em que não mais
Conseguimos respirar
Que vemos
Entendemos
Sabemos:
Nada pode mudar.
Apenas Eu!

sábado, 26 de julho de 2014

Chagas

Arte: Autor não identificado

Ferida aberta
O sangue jorra, quente
O calor adormece
A dor também
Pode tornar-se anestesia;
E enquanto não a olho
Não a sei.
Lembro as cicatrizes
A carne a fechar-se
Como me rasgou a pele
A agulha a suturar
Como pode a cura superar o golpe?
Regeneração ou mera estética,
A chaga desaparece
Ou fica por debaixo da pele?

sábado, 29 de março de 2014

Embrulhados

Estão ali embrulhados
Dentro de uma caixa
Fechados sob uma fita
Num laço apertado
Atado por mãos
Que se acharam perfeitas
Um dia;
E noutro
Sucumbiram à realidade
Que lhes foi dada.
Estão ao menos guardados
Não foram por aí
Deixados
Mas fechei-os
Ao fundo de uma gaveta
Para não os ouvir
Eu que tanto gostava
De os escutar
Sentar-me com eles
A conversar
A delirar.
Fechei-os lá, amordaçados.
Não consigo mais,
Ouvi-los.
As mãos tremeram
Ao apertar o laço
Mas não podia mais olhá-los
Assim,
Desfeitos em pó.
Lembrar
De como um dia
Foram promessa…

Foto da web

sábado, 8 de março de 2014

Broken

Foto: ALAIN LABOILEl

Like a broken mirror
Seven times
Bad luck
Don’t step on me
Barefooted
You will bleed
Too.

I’m a special
Brand
Of glass

Like a wild cat
Nine lifes
To meet the floor
Get up on my claws.

Nine beats seven
I claim two
For my own!

.

Post Scriptum:
No próximo dia 13, celebra-se aniversário por aqui. Passem por cá! 

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Não é importante



             Não é importante                                                                                Não é importante
                    Este golpe na pele                                           Este pedaço que se partiu;
                      Do sangue que se perde                                           Não é importante
                      Não necessito para sobreviver                 Esse outro que se esfuma
                          A hemorragia estancará                    Lentamente desaparece
                                   E o resto com o tempo           O pequeno buraco
                                                   Cicatriza           Ninguém o verá


sábado, 31 de agosto de 2013

Roller Costaer



Foto: István Sándorfi
Sometimes
Life feels like a roller coaster,
because of the adrenaline rush,
because you can see things faster,
from above,
upside down.
Other times,
just because
the train ends up coming back
to the same place…
And then,
it’s already late at night,
the lights went off,
the music is silent,
the carnival is closed.


Isa Lisboa

sábado, 3 de agosto de 2013

Poema que não foi de Amor / A not Love poem

Foto de Charles Louis La Salle.__Open ArtGroup

Se ainda te amasse
Escreveria um poema de amor
Só para ti
Mas agora
Não saberás
Quão grande era o que sentia,
Que não me cabia no coração
Quanto mais nesta
(ridicula)
Folha de papel solta.
Talvez não me coubesses
Nos versos
Mas seria poema
Só para ti
Agora resto eu
E a folha solta
Vazia de palavras.

Voaremos ambos
Com o vento.

***

If I would still love you
I would write you a love poem
Only for you
But now
You will never know
How big what I felt,
So that it wouldn’t fit in my heart
How could it fit in this
(ridyculous)
Loose piece of paper.
Maybe you wouldn’t fit
In my verses
But I would be a poem
Just for you
Now I’m all that’s left
And the empty piece of paper
Empty of words..

We will both fly
With the wind.


domingo, 23 de junho de 2013

Silêncio



E de repente
Há apenas o silêncio
Seja o mais que for à volta
Tudo se move lentamente
Nós parados
Ninguém nos ouve
Não ouvimos ninguém
Ouvir faz sentir
De repente
Há apenas o silêncio

terça-feira, 18 de junho de 2013

A tentar escrever Amor / Trying to write Love

Estou a tentar escrever Amor
As palavras não ficam
No papel.
Como se a caneta não tivesse tinta
O papel não as aceitasse.
Mas o problema está antes
Nas palavras.

Já não consigo escrever como é
Quando me abraçavas,
O calor que me aquece quando me beijavas,
Como os meus olhos se fecham
Quando me puxavas para ti.

As palavras saem dispersas,
tango in black by zabara_tango 2
Parecem já não querer fazer sentido,
Fica um poema de palavras soltas,
Separadas.

E tento escrever ainda o fim de um poema,
Entendo então
Não há fim a procurar,
O fim já aconteceu.

***

I’m trying to write Love,
But words don’t stay
In the paper.
As if the pen was out of ink
The paper couldn’t accept them.
But, in reality, the problem is
In the words.

I can’t write anymore how it is
When you hold me,
The heath that warms me when you would kiss me,
How my eyes close
When you pulled me to you.

Words come out scattered,
They seem to have no meaning anymore,
Now it’s a poem of broken words,
Apart from each other.

And I try to write the end of a poem,
And then I understand,
There is no end to look for,
The end has happened already.

Isa Lisboa


sábado, 8 de junho de 2013

Cegueira / Blindness



Estrelas do céu
Me prometeste um dia
O teu Amor
Era tudo quanto eu queria.

E o Universo
De que me serviria,
Se sem ti
Abraçá-lo, eu não saberia?

O impossível me prometeste
Sinal já seria;
Devia saber
Que deveras se cumpriria.

Impossível não pedi
Mas eu não sabia
Que cega
O Amor me faria.

---

Stars in the sky
You’ve promissed me one day
Your Love
Was all I wanted.

And the Universe
What good it would do me,
If without you
Holding it, I wouldn’t know?

The impossible you’ve promised me
A sign it would be;
I should've known
It wouldn’t be fullfilled.

Impossible I have not asked
But I didn’t know
That blind
Love would make me.

terça-feira, 28 de maio de 2013

De saída / Just leaving

Let me live - Queen

Estava de saída
Amor
Estava agora mesmo
de saída.

Sei que é surpresa
Para ti
Mas estava mesmo
De saída.

Não acreditas, vejo
Na tua cara
Céptica;
Mas estava de saída.

Estava de saída.
Esperei tanto
Aqui
Por ti
Que já não é minha
Esta casa.

Fiz as malas.
Deixo cá o que senti.
Levo o coração.
Ainda está pronto
A encher-se de novo.

Estou de saída.

Das conversas com o Amor

~*~*~

Was just leaving
My Love
Riggh now
leaving.

I know this is a surprise
For you
But I was just
leaving.

You don't’ believe it, I see it
In your face
Skeptical;
But I was just leaving.

Was leaving.
Waited for so long
Here
For you
Now this is no longer
My house.

I’ve packed.
Here I leave what I felt.
Taking my heart with me.
It’s still ready
To be filled again.

I’m leaving.

From conversations with love

Isa Lisboa, 21.03.2013

sábado, 11 de maio de 2013

A sala dos espelhos / Mirror room

Brian Crain - Time Forgotten 

Avisaram-me sobre a sala dos espelhos, mas eu não quis ouvir. Há quem tenha saído de lá louco, disseram-me. Eram as histórias da Casa do Terror, faziam parte do apelo, pensei eu.
Ao entrar, vi espelhos a toda a volta, uns maiores que outros, dourados, prateados, de ferro forjado, de madeira apenas, quase sem tinta, alguns. Estavam ali, eu no meio.
Olhei e vi-me, não o comum reflexo, era eu e não era eu. Havia um eu em cada espelho.
Roupas diferentes, cabelo diferente, cabeça erguida de forma diferente, sorriso mais ou menos aberto.
Um eu em cada espelho. Cada uma me olhava, bem no fundo de mim, bem no fundo dela.
Quem são vocês, somos tu. Seríamos tu.
E então apontaram-me os dedos acusadores. Seríamos tu, quem poderias ter sido, somos quem não tiveste coragem de ser. Não, não pode ser, tinham razão, a sala dos espelhos trazia-nos a loucura. Cobarde, apontavam, cobarde, gritavam. Podias ter sido eu, se tivesses ido por ali, dizia uma, por além dizia outra, se tivesses ficado quieta, outra ainda…

Não, vocês não são eu! Gritei. Eu sou eu. Sou todas as escolhas, quem eu não fui já não existe, nunca existiu, EU escolhi que não existissem!

E então os espelhos calaram-se. Percebi que estava liberta. Podia ir, os meus eus estavam em paz comigo. Deixaram-me ir. Embora por vezes ainda me pareça que me sussurram aos ouvidos…: Podias ter sido eu…

*-*-*-*

They warned me about the hall of mirrors, but I didn’t listen. Some have gotten out of there crazy, they told me.  Those were the stories of the House of Terror, were part of the appeal, I thought.
Upon entering, I saw mirrors all around, some larger than others, gold, silver, wrought iron, wood only, almost out of ink, some. They were there, me in the middle.
I looked and saw myself, not the common reflection, it was me and it wasn’t me. I had one I on each mirror.
Different clothes, different hair, head up differently, smile more or less open.
An I in every mirror. Each one looked at me, deep inside of me, deep inside her.
Who are you, we are you. We would be you.
And then they pointed me with accusing fingers. We would be you, who you could've been, who you had no courage to be. No, it couldn’t be, they were right, the hall of mirrors brought us crazy. Coward, they pointed, coward, they shouted. You could have been me, if you had gone that way, said one, that other way said by another, if you had been quiet, yet another ...

No, you are not me! I yelled. I am me. I'm all choices, who I have not been doesn't exist, never existed, I chose that they do not exist!

And then the mirrors were silent. I realized I was free. I could go, my selves were at peace with me. They let me go. Although sometimes it still feels they whisper in my ears ...: You could have been me ...


Isa Lisboa, 10.02.2013

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Incandescida / Aglow

Matchsticks_André Banyai
Acendi um incêndio.
E foi sem querer
Apenas risquei
Um fósforo,
Seduzida
Pelo brilho da chama;
Inconsciente
Ao material comburente
Em que me tornei.
Ardi
A noite toda
E ainda
Uma parte do dia.
O ferro
Não queria arder,
Mas no fim
Também ele cedeu.
Sobram cinzas,
Vem:
E sopra-me para longe.

*-*

I lit a fire.
And it was unintentionally
Just chalked
A match
Seduced
By the brightness of the flame;
Unconscious
Of the burnable material
I became.
I’ve burned
All night
And also
A part of the day
The iron
Did not want to burn
But in the end
Also it surrended.
Ashes are what’s left,
Come:
And blow me away.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Dói-me / Hurts

Foto da web

Dói-me.

Saber que não estás aqui.
Que não estarás amanhã.
Que não posso ligar-te hoje.
Que não ouvirei a tua voz, hoje.

Dói-me.
Dói-me mesmo é não saber.
Se estás triste ou feliz.

E se estiveres triste.
Não saber porquê.
Não poder perguntar.
Não poder escutar o silêncio dos teus olhos.
Deixar que me abraces.
Deixar que fales em silêncio.
Porque és assim; quando estás triste.

E se estiveres feliz.
Não poder adivinhar.
Não poder ouvir o teu sorriso.
Não poder sorrir quando me contas.
Não poder rir contigo.
Não poder abraçar-te.
Não poder beijar-te.
E se estiveres feliz.
Saber que já não sou razão.

Doem-me as memórias.
Mas sem elas estaria oca.

***

It hurts..

To know you’re not here.
That you won’t be tomorrow.
That I can’t call you today.
That I won’t listen to your voice, today.

It hurts.
What really hurts is not knowing.
Whether you’re sad or happy.

And if you’re sad.
Not knowing why.
Not being allowed to ask.
Not being allowed to the silence in your eyes.
To let you hold me.
To let you speak to me in silence.
Because that’s the way you are; when you’re sad.

And if you’re happy.
Not being able to guess.
Not being allowed to listen to your smille.
Not being allowed to smile when you tell me about it.
Not being allowed to laugh with you.
Not being allowed to hold you.
Not being allowed to kiss you.
And if you’re happy.
To know I’m not reason for any more.

My memories hurt.
But without them I would be hollow.




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