Quem lê / Who's reading

"a escrita é a minha primeira morada de silêncio" |Al Berto

domingo, 22 de dezembro de 2013

Boas Festas!

Topo Gigio by Maria Perego Official FB Place


Hoje é dia 22 de Dezembro. Olho à volta e já vejo o Natal em todo o lado.
“Ainda não chegou a alguns corações…”, diz-me aquela pequena voz.”
“Não faz mal” – digo eu – Hoje está no meu, talvez um dia chegue a todos.”

Boas Festas a todos! Um Feliz Natal e um 2014 cheio de criatividade e de sonhos realizados!

Voltarei em Janeiro!





sábado, 21 de dezembro de 2013

Sonhando Natal

Imagem: google

Adormeci e sonhei. Sonhei que a árvore de Natal estava feita. Linda, cheia de cor, perfeita. Até o cheiro a pinheiro acabado de cortar se sentia na sala.
Lá no cimo, a minha estrela, no meio da cor, o meu anjinho.
Sentei-me em frente a ela, embalada por algum cântico de Natal, que talvez só eu ouvisse.
Atraída por um brilho inesperado, olhei para cima. Era a minha estrela, que brilhava agora mais forte. Era um feixe de luz que se formava, que lentamente veio até mim.
Pelo caminho que se formou, desceu o anjinho da árvore, sorriu e deu-me a mão.
Fui invadida por uma calma estranha, mas verdadeira.
Percebi que realmente era já Natal e fiquei feliz por isso. Em breve, ouviria as renas no telhado, o Pai Natal a descer apressado pela chaminé, e eu ficaria a espreitar como se não soubesse que ele ia chegar. Como se já tivesse deixado de acreditar. E depois voltaria para a cama, à espera da manhã seguinte, de fingir a surpresa ao descobrir um presente para mim. O que seria este ano? Eram sempre presentes que eu podia usar até ao Natal seguinte.
Foi aí que acordei, com esta expectativa a abraçar-me.
Senti um aroma diferente a entrar no quarto. Levantei-me e segui-o. Levava-me à sala. Era o cheiro do pinheiro acabado de cortar.
Lá no cimo, a minha estrela, no meio da cor, o meu anjinho.

Afinal não sonhei, já é mesmo Natal.




sábado, 14 de dezembro de 2013

Escrevendo haiku

Li um belíssimo haiku de Dulce Morais, do Crazy 40 blog, aqui:


Inspirada por ele, fiz também um haiku, que a Dulce ilustrou assim:


domingo, 8 de dezembro de 2013

Travesso Cupido



Era um dia normal.
Igual.
Foi esse o dia, acho.
Não posso ter a certeza.
Mas deve ter sido.
Senti uma pequena picada.
Bem no coração.
Não liguei.

Quando dei por mim,
Já força nenhuma a arrancaria,
Àquela seta
Do meu coração.
Transformara-se em lança;
Se a tirar agora…
Perecerei …!

.
Este poema foi publicado originalmente aqui, no Pense fora da caixa, blog em que publico regularmente. Descubram também as minhas publicações neste espaço, bem como a de outros talentosos artistas!

sábado, 30 de novembro de 2013

Os gémeos

 Foto: Elevador-da-Glória
Gémeos terão nascido
Talvez até siameses
Separados agora
Pela colina
Encontram-se no percurso
Subida de um
Descida do outro
Encontram-se num viajante
Que subiu na expectativa
E traz a memória
Do miradouro lá ao cimo
Da vista de ti,
Ó minha Lisboa.



De Lisboa para Basel

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Fénix

Sculpture by Ellen Jewett

A cada novo beijo do fogo
As minhas penas renascem
Mas seu fulgor nunca é o mesmo
Em cada novo nascimento
Suas cores com menos vivacidade
Ressurgem
Como se em minha alma
Menos vida habitasse já
Assim, o fogo me abraça
Toma o meu corpo sem resposta
Assim voo
Qual Fénix
Cansada de renascer…





Este poema foi postado originalmente no Tubo de Ensaio, blog em que publico regularmente, aqui.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

That small part of me

Tela: ADN, Sérgio Santos
Sérgio Santos Artwork: 

https://www.facebook.com/pages/S%C3%A9rgio-Santos-Artwork/513219785439619?fref=ts


I can be
Whom ever you want
Me to be
Accept
A new mask each day
From your hand
But there’s a part of me
You’ll never kill
It’s only hidden from your
Cruel eyes
You will never change
That small bit of me
The one which defines
Who I really am
That you’ll never be able to change
Even reach
It will never be yours

sábado, 23 de novembro de 2013

Meu centro

Vadim Stein
Sou como um pêndulo
Empurram-me
À direita
À esquerda
Acabo por voltar a ti
Meu centro
Que me atrai
Como se foras um íman

Só em ti me equilibro
Ainda que a corda
Esteja bamba
Só tu me seguras
Ainda que a queda
Pareça certa

Teu corpo
Minha metade
Tua alma
Indivisível da minha


Das conversas com o Amor

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A Palavra

Após publicar a minha primeira poesia concreta no Tubo de Ensaio (aqui), e ainda inspirada pelo desafio "O Poder da Palavra", do Pense fora da caixa, a inspiração visitou-me e eis o resultado:



segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A luz da minha cidade

Foto de Isa Lisboa


A luz da minha cidade
Em versos, houve poetas
Que a tentaram descrever
Em notas, houve músicos
Que a tentaram cantar
Em película, houve fotógrafos
Que a tentaram prender
Em tela, houve pintores
Que a tentaram imortalizar.

Mas só quem nestas ruas
Costuma caminhar
Sabe como ela é
Porque todos a tentam guardar;
À luz da minha cidade.



Para a Alexandra, que deu o mote a este poema

sábado, 16 de novembro de 2013

Toalha ao chão

Foto: Vadim Stein

# Monólogos da Desalinhada #
-- Isa Lisboa --

Lembro-me do exacto momento em que atirei a toalha ao chão! Estava ensanguentada e ensopada em suor, já mesclada com este líquido que se me substituiu nas veias.
Caiu pesada no chão, ecoou em mim, perdida no ringue.
Lembro-me do exacto momento. Aqueles segundos tornam-se cada vez mais distantes, o silêncio que explodiu na minha cabeça torna-se mais difuso.
Ainda hoje me pergunto se; mas quantos knock-out mortais devemos aguentar - na realidade?

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

terça-feira, 12 de novembro de 2013

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

domingo, 10 de novembro de 2013

“In útero”

Remexo-me
Nas minhas próprias entranhas
Inquieta
Perdi o valoroso dom
De não buscar
De não me interrogar.
(Alguma vez o tive?)
Estico um braço
Neste espaço exíguo
Testo a resistência
Desta película
Acredito poder quebrá-la.

Dúvida,
Resta uma:
Será meu destino sair

Ou o teu entrar?

Arte: Foto: In Útero, CarlosSaramago

sábado, 9 de novembro de 2013

A Isa no espaço Divulga Escritor!

A jornalista Shirley Cavacalnte concedeu-me uma entrevista no espaço Divulga Escritor, que vos convido a conhecer no link seguinte:




Conheçam também o espaço Divulga Escritor aqui:




Aproveito o momento para deixar um grande agradecimento a todos quantos me lêm! 

O número de seguidores aqui é de quase 150 e na página do facebook já ultrapassou o dobro!

As visitas ao blog no mês passado registaram o dobro dos meses anteriores!
Todos vocês me têm ajudado a descobrir cada vez mais a escrita e um novo prazer a retirar dela!

Sejam sempre aqui bem vindos!

Um abraço a todos!




quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Lágrima

Secas
As lágrimas
Teimosa
Uma
Insiste em cair.

Apanho-a
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Com um dedo
Esmago-a com o outro.

Às outras
Guardo-as.
Já gastei mais
Contigo
Que as que mereces.

sábado, 2 de novembro de 2013

Velocidades

# Monólogos da Desalinhada #
-- Isa Lisboa --

Primeira. Arranque rápido. Segunda. Terceira. Acelero. Quarta. Mais rápido. Quinta. Prego a fundo. Sem olhar para o velocímetro. Ainda vejo a estrada. Mais. Mais rápido. Não é pela adrenalina. É porque preciso chegar. Ou será pela adrenalina? Chegar onde? Chegar para quê? Ninguém me espera. Nem eu já me espero. Acelero só para chegar. Já não vejo o alcatrão, chegar? Se não sei para onde vou, como saberei que cheguei? Vou em quinta, não há sexta, continuaria. Mas não faz sentido. Travagem brusca.

Foto: Tran Nguyen

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Chá de romã

Está pronto
O meu chá de romã
Vermelho não é
Mas a vermelho me sabe
Sento-me entre as almofadas
Absorvo o aroma
Embalada pelo calor da chávena.
Esqueci o açúcar
Mas não importa
Pois mais me lembro de ti
De quanto doce já não é
Agora sem ti.
Eu, aconchegada
Apenas
Pelo meu chá de romã.


terça-feira, 29 de outubro de 2013

Ar

Amarras, algemas, grades.
             Prendem-me a ti.
Nós, cadeados, ferros.
                      Feitos de ar.
Prisão , ilusão?
               Nem uma delas.
Entrega, apenas.

          Livre, sempre, mais.




Este poema foi publicado originalmente aqui, no Blog Pense fora da caixa, onde colaboro regularmente. Visitem!

sábado, 26 de outubro de 2013

Eu alva

Deitaste-me
Naquele tapete vermelho
Eu alva
Percebi que podia fazer ali
O meu chão
Ao ver reflectido
Em teus olhos
O que não podia dizer
Amor
Para ti não são precisas
Palavras
Despe-me apenas
A minha pele
Gritará
O que eu não sei dizer.


Das conversas com o Amor

Foto da web, Autor desconhecido

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

sábado, 19 de outubro de 2013

Loucura

# Monólogos da Desalinhada #
-- Isa Lisboa --

A Loucura fala comigo.
Procura-me

Senta-se à minha frente.
Fala-me com normalidade.

Sem perguntar se. 
Olha-me nos olhos.
Lê-me.
Fala comigo
Entendo-a melhor que à Sanidade.

Serei Louca,
Quando me sinto Sã?
Estarei Livre,
Quando me sinto Presa?


Arte: Gioia Cordovani



quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Lisboa, na Augusta

.Lisboa.
És o castelo, imponente
Nas muralhas, outrora protectoras
Que agora nos observam.
És a luz sobre os telhados,
Do alto dos miradouros.
És os Jerónimos
E os descobridores ao fundo.
És o Tejo, de ninfas ora invisíveis.

.Lisboa.
Do Tejo me vem esta imagem
Da rua ao cimo
De nome com idade
Rua pombalina
Ladeada de outras preciosas
Acolhe os meus passos
Num qualquer fim de dia.
Ao cimo as vendedoras de flores
Se está frio,
Aroma de castanhas me invade
Estátuas vivas mais abaixo
Imóveis ao som de uma concertina
Quem sabe, outro dia,
De um fado improvisado
Lisboetas anónimas
Turistas encantados
Todos te enchem,
Mas hoje sinto-me
Só eu
Contigo, Augusta, o Tejo ao fundo.



Esta foto é uma foto de uma foto. Infelizmente não consigo aqui transmitir toda a qualidade que ela tem. A foto original é de Maricruz Suarez. Convido-vos a descobrirem o original em www.maricruzsuarez.com


Para conhecerem melhor a Rua Augusta, vejam aqui:


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Escondida?


Bola de sabão
Fortaleza valida
Se esconde lá?

Bike, by Duchamp
Inalcançável
Castelo altaneiro?
Porta aberta.

---

Estes haiku foram publicados originalmente aqui, escritos para o blog Tubo de Ensaio - Laboratório de Artes, um blog onde colaboro com regularidade.
Convido-vos a todos a conhecerem este espaço e os seus maravilhosos autores!

sábado, 12 de outubro de 2013

Meu farol

Foto: Google, Autor desconhecido


Eras tu, não eras? No outro dia, ao fundo da sala? Escondias o rosto na sombra daquele canto, mas vi os teus olhos, eles brilham em qualquer escuridão. Pelo menos sempre brilharam na minha, qual farol a afastar-me dos rochedos.
Pois é, eu era um barco desgovernado, tinha perdido o interesse pelas estrelas e até pelo Norte, só as ondas e o vento – ora me puxando, ora me empurrando – me levavam a algum lugar.
Quando vi que me aproximava da costa fiquei confusa, e ao mesmo tempo receosa. Depois de tanto tempo tornara-me loba do mar, terra era para mim um local estranho.
Não concebia afastar-me das ondas, daquele marulhar que após tanto tempo já me adormecia, daquele sol que não me matava a sede, mas que me mantinha viva.
Mas já que o vento me levava a terra, porque não descer?
Sensação estranha, essa a de pisar a areia molhada, era fresca como o mar, mas ao mesmo tempo falava-me já da terra.
Atrás de mim o vento trazia-me o som dos búzios, à minha frente, o seu irmão falava-me do perfume das folhas das árvores, da resina dos seus troncos.
Avancei devagar, ignorando o que ia ali encontrar.
Quando te vi, sobressaltei-me, assustada por não seres uma criatura marinha.
Ao mesmo tempo, também não me parecias uma criatura da terra, daquelas que eu lembrava.
Isso acalmou-me. Sempre tive dificuldades em falar essa língua, agora talvez já não me lembrasse sequer dela. Talvez contigo fosse mais fácil, os teus olhos pareciam ver o mar que me habita, abraçado a esse pedaço de terra sem bandeira, onde mapa nenhum leva…
E por isso, em vez de voltar para a água fiquei a observar-te, presa ao teu olhar também curioso.
Trocámos poucas palavras, foi uma daquelas conversas , em que elas são o bastante, porque o que fica por dizer não é importante.
Pernoitei no me chão do mar, mas o colchão já não me parecia o mesmo, o meu sono já não era mais quieto.
Voltei a terra e tu passeavas lá , casualmente, como se não me esperasses.
Por ti troquei o mar pela terra, mas tu partiste, afinal não eras faroleiro, apenas o meu farol.
Deixaste-me um pouco da tua luz, é com ela que encontro o caminho na escuridão, esta outra.

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