Quem lê / Who's reading

"a escrita é a minha primeira morada de silêncio" |Al Berto

terça-feira, 18 de junho de 2013

A tentar escrever Amor / Trying to write Love

Estou a tentar escrever Amor
As palavras não ficam
No papel.
Como se a caneta não tivesse tinta
O papel não as aceitasse.
Mas o problema está antes
Nas palavras.

Já não consigo escrever como é
Quando me abraçavas,
O calor que me aquece quando me beijavas,
Como os meus olhos se fecham
Quando me puxavas para ti.

As palavras saem dispersas,
tango in black by zabara_tango 2
Parecem já não querer fazer sentido,
Fica um poema de palavras soltas,
Separadas.

E tento escrever ainda o fim de um poema,
Entendo então
Não há fim a procurar,
O fim já aconteceu.

***

I’m trying to write Love,
But words don’t stay
In the paper.
As if the pen was out of ink
The paper couldn’t accept them.
But, in reality, the problem is
In the words.

I can’t write anymore how it is
When you hold me,
The heath that warms me when you would kiss me,
How my eyes close
When you pulled me to you.

Words come out scattered,
They seem to have no meaning anymore,
Now it’s a poem of broken words,
Apart from each other.

And I try to write the end of a poem,
And then I understand,
There is no end to look for,
The end has happened already.

Isa Lisboa


12 comentários:

  1. Nada é eterno!

    Magnífico poema!

    Parabéns!

    Beijinhos.

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  2. Isa,
    Há coisas que não podem escrever-se, e palavras que podem apenas dizer... sem saber, sem sentir. Mas o que conta afinal, é tudo aceitar com as suas limitações.
    Gostei da melancolia que transparece em cada verso.

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  3. Sergio Guerreiro18/06/2013, 22:35:00

    E afinal escreves-te Amor!

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  4. Quando alguma coisa chega ao fim, é necessário recomeçar...

    Bjos

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  5. Achei lindo! E é verdade, as experiências mais intensas parecem impossíveis de ser escritas com a mesma intensidade com que as vivemos.

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  6. Isa, não é importante escrever amor, é importante sentir amor.
    Que importância têm as palavras?
    Penso que ouvimos e dizemos demasiadas palavras em vão...
    Tantas juras, tantas promessas...
    Tanta poesia...
    Talvez Fénix, talvez.
    Eduardo Leblanc


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  7. o que papel não aceita, na vida se reinventa...

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  8. Sem querer banalizar o amor, por que a amo o sentimento sem saber se é amor, enfim, sairei de Edu Krieger: "a gente ri, a gente chora e comemora um novo amor", rs. Fiz a mesma referência a um colega. Amor dá saudade, mas às vezes (nunca se sabe) é melhor ficar neste campo da saudade do que bater na mesma tecla. Abraços Isa!

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  9. há uma tinta especial para escrever o amor,

    o que terminou e o que se busca

    um abraço, Isa

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  10. Prezada Isa,
    É o amor que fala por teu coração ou teu coração que pronuncia-se no amor?
    Muito bonito poema. Gostei e parabéns. Muito inspirador. Visite-me serás bem vinda http://www.nossoslivrosfree.com.br

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  11. Carissima, o fim acontece as vezes sem que a gente dê por ele. Apenas acontece, o importante pra mim é saber o dia seguinte, onde o recomeço se desenha. bacio

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  12. Infelizmente o amor é como as flores,
    não se pode semear o que foi destruído.

    talvez, renovar como incêndio,mas noutras paisagens.


    um poema de dor,de lembranças.

    beijinho

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