Quem lê / Who's reading

"a escrita é a minha primeira morada de silêncio" |Al Berto

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Sem destino / No destination

Hindi Zahara – Please set me free 


Saiu sem destino. Sem certezas a não ser de que aquela porta estava definitivamente fechada. Saiu por ela, vazia, até de mágoas.

Ligou a ignição e avançou.

A estrada estava vazia, uma chuva inesperada batia no vidro, misturava-se com a música que o rádio cantava, adormecia-lhe a mente um pouco.

Sempre em frente, continuou durante horas, ou até talvez tivessem sido minutos.

Até que o carro parou.

Em frente só nevoeiro, e aquele fumo húmido chamava-a.

Libertou-se dos sapatos, das pulseiras, de tudo o que já não ia precisar e avançou.

Para o abraço do nevoeiro.

Paz.

***

She went out without destination. No certainties except that door was definitely closed. She left through it, empty, even of sorrows.

She turned on the ignition and advanced.

The road was empty, an unexpected rain pounded on the glass, mingled with the song that the radio sang, all putting her mind a bit asleep.

Straight ahead, she continued for hours, or maybe it was only minutes.
Until the car stopped.

In front, there was only fogg, and that damp smoke called for her.

Freed up the shoes, bracelets, everything that she no longer would need and stepped forward.

To embrace the fog.

Peace.

10 comentários:

  1. Gostei do texto, como gosto de tudo o que apela à autenticidade, mas o final é especialmente belo!

    bj

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  2. Momentos inquietantes de incerteza e angústia.

    Beijinhos.

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  3. Vi a cena como se de um filme se tratasse.
    Também por isso, o teu texto é muito bom.
    Isa, querida amiga, tem um bom fim de semana.
    Beijo.

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  4. Minha querida

    Por vezes corremos sem destino, procurando apenas o nada.
    Um texto simplesmente BELO.

    Um beijinho com carinho
    Sonhadora

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  5. Quantos de nós já não passaram por este momentos de ...sem destino.
    Excelente texto.Parabéns.

    beijinho

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  6. Há momentos assim...só espero que o final tenha sido feliz...
    Bjs

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  7. o abraço do nevoeiro nem sempre traz a paz.

    um texto profundo.

    um beijo

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  8. Profundo isso, Isa! As vezes é melhor não enxergar nada mesmo...

    Como sempre adorei.

    Beijinhos.

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  9. Gosto das poucas palavras com que surpreendes em pleno o nevoeiro.

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  10. O texto remeteu-me ao fim.

    mas a um fim de algo, com um novo recomeço...

    gostei imenso!gosto de enredar-me nas tuas histórias!

    Beijinhos!

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Um espaço para recortes que completem o álbum de instantâneos... Obrigada pela visita!
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