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"a escrita é a minha primeira morada de silêncio" |Al Berto

domingo, 15 de junho de 2014

Pranto de mãe

Arte: Madre proletaria 1929 David Alfaro Siqueiros

A muitos filhos
Dei à luz
Todos tão diferentes
Mas tão iguais
No amor que me inspiram
Todos acolho
Em meu regaço
Todos quero proteger
Mas meus braços
A força perdem cada dia;

Minha carne também se fere
Sangra como qualquer ser
Meus filhos esqueceram-no
A todos quero ajudar a respirar
Meus pulmões de ar também precisam
Meus filhos esqueceram-no
Meu ventre nova vida quer oferecer
Mas precisa de terra fértil
Meus filhos esqueceram-no;

De meus olhos escorre o sal
Do mar que se perde
Assim é o meu pranto
Pranto que não vêm
Que não ouvem
Pranto de Mãe Terra.


Poema originalmente publicado aqui, no Blog Pense fora da caixa



Vídeo: Vangelis - Beautiful Planet Earth

6 comentários:

  1. Uma mãe que deu à luz a tantos filhos e não tem braços para abraçá-los. Entendo a angústia desta mãe.
    Belíssimo!

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  2. pranto de terra e mãe


    um abraço, Isa

    ResponderEliminar
  3. Pranto de mãe provoca pranto na leitora que vós escreve.
    Belo poema, triste realidade.
    Bjs.

    ResponderEliminar
  4. Há ruas sem espaço para cantar

    ResponderEliminar
  5. Isa, fantástico! Um tema merece muito as nossas inspirações.
    Me lembrou uma música chamada "O sal da terra" de um cantor aqui do meu estado chamado Beto Guedes. Se quiser ouvir depois, o link é esse: https://www.youtube.com/watch?v=irTKizOHmxU
    Grande abraço!

    ResponderEliminar

Um espaço para recortes que completem o álbum de instantâneos... Obrigada pela visita!
A space for clip to complete this snapshot album... Thank you for your visit!

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