Quem lê / Who's reading

"a escrita é a minha primeira morada de silêncio" |Al Berto

terça-feira, 28 de maio de 2013

De saída / Just leaving

Let me live - Queen

Estava de saída
Amor
Estava agora mesmo
de saída.

Sei que é surpresa
Para ti
Mas estava mesmo
De saída.

Não acreditas, vejo
Na tua cara
Céptica;
Mas estava de saída.

Estava de saída.
Esperei tanto
Aqui
Por ti
Que já não é minha
Esta casa.

Fiz as malas.
Deixo cá o que senti.
Levo o coração.
Ainda está pronto
A encher-se de novo.

Estou de saída.

Das conversas com o Amor

~*~*~

Was just leaving
My Love
Riggh now
leaving.

I know this is a surprise
For you
But I was just
leaving.

You don't’ believe it, I see it
In your face
Skeptical;
But I was just leaving.

Was leaving.
Waited for so long
Here
For you
Now this is no longer
My house.

I’ve packed.
Here I leave what I felt.
Taking my heart with me.
It’s still ready
To be filled again.

I’m leaving.

From conversations with love

Isa Lisboa, 21.03.2013

sábado, 25 de maio de 2013

Naufrago/ Castaway


E então o coração afunda-se, entendendo de repente – tarde demais - que não sabe nadar.


Soltas, talvez pedras. No charco.

Foto da web

And so the heart sinks, understanding all of the sudden – too late – he doesn’t know how to swim.

On the loose, maybe rocks. In the pond.



quarta-feira, 22 de maio de 2013

Dream catcher


E então,
Ali estavas tu,
E eu,
A acordar contigo.
À noite,
Povoavas-me os sonhos,
Apanhavas-me os pesadelos.

As nossas noites eram
Estreladas,
Os dias eram-me
Espera,
Espera pelo luar
Que nos tapava a nudez,
Nua para ti,
Tu nu para mim.

Sem pressa,
Sem frio.
A nudez de um abraço
O silêncio do êxtase,
Num grito.
Madrugada.

Foto da web


And then,
There you were,
And me,
Waking up with you
At night,
You would walk in my dreams,
Catch my nightmares.

Our nights had
Stars,
The days were
Waiting,
Waiting for the moonlight
Covering our nudity,
Naked for you,
You naked for me.

No rush,
No cold.
The nudity of na embrace
The silence of extasy,
In a scream.
Dawn.

Isa Lisboa, 10.05.2013


segunda-feira, 20 de maio de 2013

Who? / Quem?

Foto da web

Angel or demon
Too late to inquire;
My soul is yours.

*~*

Anjo, demónio
Tarde para inquirir
Tua, minha alma.

Isa Lisboa, 15.04.2013

sábado, 18 de maio de 2013

Cabernet

Wineglass

Sinto o teu aroma,
Quero provar;
Primeiro sabor leve
Nos lábios.
Promessa de doce
Que se concretiza
Na língua
Doce
Misturado com ácido
Ligeiro, de fruta
Canela
Nota que me percorre.
Inebriante
Sedutor.
Como um Cabernet.
Assim é o teu beijo.

***

I feel your aroma,
Want to taste;
First light flavour
In the lips.
Promisse of sweat
Fullfilling
In the tongue
Sweat
Mixed with acid
light, fruity
Cinamon
Scent that invades me.
Intoxicant
Seductive.
Like a Cabernet.
That’s your kiss.

Isa Lisboa, 08.04.2013

terça-feira, 14 de maio de 2013

Sei o teu nome / I know your name

Ornatos Violeta, Ouvi dizer

Acordo,
E percebo
Que estou perdida
E que, desesperadamente
Não consigo encontrar-me.

Saio para a rua,
Sou aquela música
"alguém escreveu
o teu nome
em toda a parte";
Vejo-o em todas as
Novas músicas que oiço;
Escrevo-o
Em todas as folhas brancas
Que encontro.

Sei que o teu nome é
Loucura
A sanidade que me sobra suspira-mo.

Mas não quero
Deixar-te;
Já não posso
Estou perdida
Irremediavelmente
Perdidamente.

Perdida em ti.

******

I wake up,
And understand
I'm lost
And that, desesperatly
I can't find myself.

I go out on the street,
I'm that song
"someone wrote
your name
everywhere";
I see it in every
New song I listen to;
I write it
In all the white sheets
I find.

I know your name is
Madness
The sanity I have left whispers it to me.

But I don't want
to leave you;
I can't anymore
I'm lost
Hopelessly
Lost forever.

Lost in you.


Isa Lisboa, 13.05.2013


sábado, 11 de maio de 2013

A sala dos espelhos / Mirror room

Brian Crain - Time Forgotten 

Avisaram-me sobre a sala dos espelhos, mas eu não quis ouvir. Há quem tenha saído de lá louco, disseram-me. Eram as histórias da Casa do Terror, faziam parte do apelo, pensei eu.
Ao entrar, vi espelhos a toda a volta, uns maiores que outros, dourados, prateados, de ferro forjado, de madeira apenas, quase sem tinta, alguns. Estavam ali, eu no meio.
Olhei e vi-me, não o comum reflexo, era eu e não era eu. Havia um eu em cada espelho.
Roupas diferentes, cabelo diferente, cabeça erguida de forma diferente, sorriso mais ou menos aberto.
Um eu em cada espelho. Cada uma me olhava, bem no fundo de mim, bem no fundo dela.
Quem são vocês, somos tu. Seríamos tu.
E então apontaram-me os dedos acusadores. Seríamos tu, quem poderias ter sido, somos quem não tiveste coragem de ser. Não, não pode ser, tinham razão, a sala dos espelhos trazia-nos a loucura. Cobarde, apontavam, cobarde, gritavam. Podias ter sido eu, se tivesses ido por ali, dizia uma, por além dizia outra, se tivesses ficado quieta, outra ainda…

Não, vocês não são eu! Gritei. Eu sou eu. Sou todas as escolhas, quem eu não fui já não existe, nunca existiu, EU escolhi que não existissem!

E então os espelhos calaram-se. Percebi que estava liberta. Podia ir, os meus eus estavam em paz comigo. Deixaram-me ir. Embora por vezes ainda me pareça que me sussurram aos ouvidos…: Podias ter sido eu…

*-*-*-*

They warned me about the hall of mirrors, but I didn’t listen. Some have gotten out of there crazy, they told me.  Those were the stories of the House of Terror, were part of the appeal, I thought.
Upon entering, I saw mirrors all around, some larger than others, gold, silver, wrought iron, wood only, almost out of ink, some. They were there, me in the middle.
I looked and saw myself, not the common reflection, it was me and it wasn’t me. I had one I on each mirror.
Different clothes, different hair, head up differently, smile more or less open.
An I in every mirror. Each one looked at me, deep inside of me, deep inside her.
Who are you, we are you. We would be you.
And then they pointed me with accusing fingers. We would be you, who you could've been, who you had no courage to be. No, it couldn’t be, they were right, the hall of mirrors brought us crazy. Coward, they pointed, coward, they shouted. You could have been me, if you had gone that way, said one, that other way said by another, if you had been quiet, yet another ...

No, you are not me! I yelled. I am me. I'm all choices, who I have not been doesn't exist, never existed, I chose that they do not exist!

And then the mirrors were silent. I realized I was free. I could go, my selves were at peace with me. They let me go. Although sometimes it still feels they whisper in my ears ...: You could have been me ...


Isa Lisboa, 10.02.2013

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Só tu / Only you


Amor.
Só tu me vês.
Só tu me ouves.
Ainda que a minha voz
esteja cansada.
E os meus olhos
mais ainda.
Só tu me olhas.
Só tu me falas.
Amor.

Só em ti adormeço.

Das conversas com o Amor

Foto da web


Love.
Only you can see me.
Only you listen to me.
Even though my voice
Is tired.
And my eyes
Even more
Only you look at me.
Only you talk to me.
Love.

Only in you, I fall asleep.

From conversations with love




Encontram-me também aqui:


segunda-feira, 6 de maio de 2013

Incandescida / Aglow

Matchsticks_André Banyai
Acendi um incêndio.
E foi sem querer
Apenas risquei
Um fósforo,
Seduzida
Pelo brilho da chama;
Inconsciente
Ao material comburente
Em que me tornei.
Ardi
A noite toda
E ainda
Uma parte do dia.
O ferro
Não queria arder,
Mas no fim
Também ele cedeu.
Sobram cinzas,
Vem:
E sopra-me para longe.

*-*

I lit a fire.
And it was unintentionally
Just chalked
A match
Seduced
By the brightness of the flame;
Unconscious
Of the burnable material
I became.
I’ve burned
All night
And also
A part of the day
The iron
Did not want to burn
But in the end
Also it surrended.
Ashes are what’s left,
Come:
And blow me away.

sábado, 4 de maio de 2013

Âncora / Anchor



Uma âncora também precisa de âncora.
Não me largues.

Soltas, talvez pedras. No charco.

*-*

An anchor also needs an achor.
Don’t let go.

On the loose, maybe rocks. In the pond.


Stone, Clix

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Mensagens populares / Popular messages