Quem lê / Who's reading

"a escrita é a minha primeira morada de silêncio" |Al Berto

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Destino / Destiny

Foto da web

Perdi-te
Perdeste-me

Não éramos
Destino
Um do outro.

Viagem apenas.

Das conversas com o Amor

***

I lost you
You lost me

WE were not
Destiny
For each other

Just a trip.

From conversations with love

sábado, 23 de fevereiro de 2013

O banco de jardim / Garden bench

Estonia - True love leaves no traces 

Costumavas esperar-me no jardim, sentado num banco vermelho. Um daqueles bancos com nomes gravados, a lembrar que já tinham sido o lugar do Amor, de alguém.

Agora era o nosso banco.

Esperavas-me lá, e eu ia.

E ali ficávamos, eu, tu e o nosso banco. Testemunha.

Um dia começou a haver dias que não me esperavas. E começou a haver dias que eu não ia. E o banco olhava os dias, apenas, intranquilo.

Agora estamos sós, eu, tu, o banco.

O banco do jardim, o banco do Amor que fomos.

***

You used to wait for me in the garden, sitting on a red bench. One of those with engraved names, remembering that place had been of Love, someone’s love.

Now it was our bench.

You waited for me there, and I went to you.

And there we were, me, you and our bench. Witness.

One day it began to be days that you didn’t waited for me. And it began to be days that I wouldn’t go. And the bench looked at the days, restless.

Now we are alone, me, you, the bench.

The garden bench, the place of the Love we were.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Toque / Touch


Frenético toque.
O do amor
que fazemos.

Forte
o do abraço
que damos
no acalmar dos corpos.

Saudoso
o do beijo
de estou aqui
e de adeus.

Das conversas 
com o Amor


Couple, by Rena Lombardero


Frantic touch.
Of the Love
We make.

Strong
the embrace
we give
on the calming of bodies.

Missing
the kiss
that says I'm here
and that says goodbye.

From conversations 
with love

sábado, 16 de fevereiro de 2013

PRISÃO / PRISION

Sabes como é,
quando queres sair de ti mesma e
não consegues?

Avanças resoluta para a porta
e descobres
que já não há porta,
apenas parede,
que te rodeia.

Prisão.
Não há pior do que a da mente.


Security _ Anonymous


Do you know what’s it like,
When you want to get out of yourself and
You can’t?

You go to the door, decided
And you find out
There’s no door anymore,
Just wall
Around you.

Prision.
No worst one than the mind’s.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O teu nome / Your name

Photo by: ­Sergey Vladimirov

Perguntei-te o teu nome.
“Ainda não tenho nome para ti”, respondeste-me com ar enigmático, mas decidido.
Atraída pelo enigma, fiquei.
Perguntei-te então o que fazias ali, onde estavas nos outros dias, se gostavas de estar.
Mais tarde quis saber quais eram os teus sonhos, primeiro os que tens, depois os que já são teus, e ainda depois os que ficaram atrás.
E perguntei o que te faz sorrir, para depois poder adivinhar o que poderia fazer-te chorar.
Pedi para ouvir a tua música, folhear o teu livro favorito, saber qual o filme da tua vida.
Quis saber como é o teu abraço, sentir mais de perto a força que sentia junto a ti.
Quis também saber como é o teu beijo, sabia ao licor do esquecimento.
Quis saber como era perder-me no teu corpo, e nele descobri o meu.
E então olhei para ti e sussurrei o teu nome.

-- Feliz dia a todos os que amam! –

*.*

I asked your name.
"I have no name for you yet," you answered me with a puzzling, but decided look on your face.
Attracted by the enigma, I stayed.
Then I asked you what you were doing there, where you were the other days, if you liked to be.
Later I wanted to know what were your dreams, first the ones you have, then the ones that are already yours, and after those left behind.
And I asked what makes you smile, so that I could then guess what could make you cry.
I asked to hear your music, touch your favourite book, find out what was the movie of your life.
Wondered how’s your embrace, to feel more closely the force I felt close to you.
I also wanted to know how is your kiss, it tasted like the liquor of oblivion.
Wondered what it was like to lose myself in your body, and in it I found mine.
And then I looked at you and whispered your name.

-- A Happy day to all those who love --

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

A dose certa / The right dozes

Ordena que te ame, Mundo cão

Queima
A pele
Se me tocas

Gela
O corpo
Se te afastas

Há-de o amor encontrar
A dose certa?

Das conversas com o Amor


It burns
The skin
If you touch me

It freezes
My body
If you walk away

Will love find
The right dozes?

From conversations with love

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Sem destino / No destination

Hindi Zahara – Please set me free 


Saiu sem destino. Sem certezas a não ser de que aquela porta estava definitivamente fechada. Saiu por ela, vazia, até de mágoas.

Ligou a ignição e avançou.

A estrada estava vazia, uma chuva inesperada batia no vidro, misturava-se com a música que o rádio cantava, adormecia-lhe a mente um pouco.

Sempre em frente, continuou durante horas, ou até talvez tivessem sido minutos.

Até que o carro parou.

Em frente só nevoeiro, e aquele fumo húmido chamava-a.

Libertou-se dos sapatos, das pulseiras, de tudo o que já não ia precisar e avançou.

Para o abraço do nevoeiro.

Paz.

***

She went out without destination. No certainties except that door was definitely closed. She left through it, empty, even of sorrows.

She turned on the ignition and advanced.

The road was empty, an unexpected rain pounded on the glass, mingled with the song that the radio sang, all putting her mind a bit asleep.

Straight ahead, she continued for hours, or maybe it was only minutes.
Until the car stopped.

In front, there was only fogg, and that damp smoke called for her.

Freed up the shoes, bracelets, everything that she no longer would need and stepped forward.

To embrace the fog.

Peace.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Como uma garra / Like a claw

snow_leaf_oneleaf_tEdGuY49

As lágrimas secaram.
Acabaram.
Não correm mais.
Não há vestígios da água que correu.

Mas o sal ficou.
Colado à pele.
Cristalizado.
Como uma garra.
Presa.

Que arranha.

.-.-.-.-.-.-.

The tears have dried.
Over.
There are no more.
There is no trace of the water that ran.

But the salt remained.
Stuck to the skin.
Crystallized.
Like a claw.
Glued.

Scratching.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Dos invisíveis … / The invisible….

loliness, foto da web


Ainda ontem passei por ela na rua e nem me olhou, ou assim pensava eu.

Hoje bateu-me à porta, entrou sem pedir licença, trouxe frio a um dia quente, escondeu o sol com uma chuva amarga.

Rodeou-me com um abraço que não queria, deitou-se comigo debaixo do cobertor, aproveitando o lugar vazio.

Cansada, adormeci. Com os braços à frente do peito. Para impedir o abraço. Frio. Vazio.

Amanhã quando acordar vou puxar os cobertores e abrir as janelas, as portas. Vou empurrá-las para fora, se preciso for. 

Não passará cá a próxima noite.

******

Yesterday I went by her in the street and she didn’t even look at me, or so I thought.

Today she knocked on my door, came in without askingfor  permission, brought cold to a warm day, hidden the sun with a bitter rain.

She surrounded me with an embrace I didn’t want; lay down with me under the blanket, using the empty space.

Tired, I fell asleep. With my arms around my chest. To stop that embrace. Cold. Empty.

Tomorrow when I wake up I will pull the blankets and open the windows, the doors. I will trough her out, if I have to.


She won’t spend another evening in here.



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