Amarras, Imagem da Web |
Tiraram-me as medidas compraram tecidos cortaram-nos em peças e coseram-os a linhas de cores de fantasia.
Tentaram tirar-me os panos - são trapos - com que protejo do frio a nudez que é só minha.
Mostraram-me anéis e pulseiras os meus pulsos queriam ser livres e os anéis sufocavam a veia do coração.
Riram por preferir os meus andrajos - és feia assim e podias ser bonita se - por não ter medo que o Tempo me alcance porque temos que o parar ou fugir antes. Por ter a triste ilusão de ser Feliz, porque a Felicidade é preencher o formulário de entrada, e ser aceite e sorrir, sorrir até que doa.
E segurar o copo que te dão e beber quando brindam a ti, mesmo que já te tenhas esquecido de a quem bebes, porque não brindam a ti, mas a nós, porque tu já não existes, nem nunca exististe.
Retirado do baú, escrito em 18.01.2006
They took my measures bought fabrics cuted them into pieces and stitched them with fancy colors.
They tried to take my cloths - they're rags - the ones which protect my nudity from the cold, the nudity that is mine alone.
They showed me rings and bracelets my wrists wanted to be free and the rings stangled the heart.
They laughed beacause I choose my rags - you're ugly and you could be beautifull if - for not to being afraid that Time catches up because we have to stop it or run away before. Because I have the sad illusion of being Happy, because Happiness means filling out the entry form and be accepted and smile, smile until it hurts.
And hold the glass they give you and drink when they make a toast to you, even if you've forgotten who you're drinking to, because it's not a toast to you, but to us, you no longer exist, nor ever existed.
Written in 18.01.2006
Interessante e intenso este texto.
ResponderEliminarRevela uma profundidade de sentimentos...
Beijinhos
Gostei do texto!
ResponderEliminarObrigada pela visita e pelas palavras de carinho, por aqui fico...
Saudaçoes
Excelente texto.
ResponderEliminarNem tenho mais palavras, perante o talento que as tuas palavras revelam.
Isa, querida amiga, tem um bom domingo.
Beijos.
é esta a sua medida, Isa
ResponderEliminara da liberdade
um abraço
muito forte e cheio de sentires.
ResponderEliminara foto muito bem "casada".
boa semana
um beij
Que poderosas palavras. Fiquei sem respiração.
ResponderEliminarAgradeço a tua contribuição com o grande Fernando Pessoa.
A liberdade não se molda ao corpo nem à alma, nem à origem das sedes!... Ela própria se expande e grita ânsias de infinito e nos leva na rebeldia do seu grito!...
ResponderEliminarMuito belo o teu texto!
Beijos,
AL
Existem pessoas que nunca existiram de facto!
ResponderEliminarbeijoss
um grito pela liberdade mas...
ResponderEliminarminha nossa, quanta força e ao mesmo tempo pequena demais.
palavras vincando o ser e o querer em conjugação com a inexistência.
soberbo retrato da escrita!
aceitei o convite de alguém para que visitasse este blogue.
assim o fiz e ainda bem.
a...té
um grito pela liberdade mas...
ResponderEliminarminha nossa, quanta força e ao mesmo tempo pequena demais.
palavras vincando o ser e o querer em conjugação com a inexistência.
soberbo retrato da escrita!
aceitei o convite de alguém para que visitasse este blogue.
assim o fiz e ainda bem.
a...té
Lembra-me de que esquecer não é compativel com viver. Belissimo trabalho
ResponderEliminarFui desafiada, agora desafio-te, aceitas?
ResponderEliminarAgradeço a todos pela visita e pelas palavras deixadas!
ResponderEliminarEste texto estava guardado, achei que esta era a altura de o libertar... :)