Foto: Vadim Stein |
Do Amor
Só guardo cicatrizes
De cortes até à
veia,
Algumas poucas.
Superficiais,
outras.
Nem cheguei a
sentir, não muito. Só uma picada,
Como se fossem
anestesia
Para o que viria
depois.
Cortes feitos sem
pressa,
Estes que olho
agora.
Quase com arte,
diria.
Sei que foi Amor,
Porque senti a faca
A entranhar-se na
pele,
E eu deixei.
Sei que foi Amor
Porque a minha carne
Logo se fechou;
Como se a lâmina
Tivesse também ela
bálsamo.
E tinha.
Não era veneno,
Porque eu ainda
estou viva,
E a ferida fechou.
A cicatriz marca o
lugar.
Crava de novo o meu
corpo,
Amor,
Ainda que me firas
de novo,
A minha pele sara,
Com teu balsâmico
veneno…
Poema originalmente publicado no Blog Tubo de Ensaio - Laboratório das Artes. Podem conhecer este espaço aqui.
Isa,
ResponderEliminarQuando recebemos o amor, é como um todo que o acolhemos...
Afinal, as rosas também têm espinhos, mas ele não impede o perfume de nos envolver :)
Adoro os teus versos!
Todos nós temos espinhos e perfumes ;)
EliminarObrigada, Dulce!