Quem lê / Who's reading

"a escrita é a minha primeira morada de silêncio" |Al Berto

sábado, 30 de agosto de 2014

Nadando

Sempre soube nadar só contra a corrente. Se me deixasse ir, afogava-me nas águas que levavam aonde eu já sabia e a calmaria das águas haveria de me engolir até que nada mais restasse.
Não chegaria nunca a terra, seria uma nova antártica. Mas de mim nem lenda ficaria, a história só lembra os derrotados quando há um herói que proclama vitória.
Nem eu o quereria, que me cantasse.
Se a corrente me vencesse os braços, apenas quereria ser esquecida. E esquecer.
A memória do que fui, sabê-la, tê-la presente, seria como afogar-me de novo. A cada segundo que passasse.
E é por isso que não consigo parar de nadar…!

Autor não identificado

5 comentários:

  1. Uma alma aventureira que não sabe viver sem a adrenalina que provoca sentires ainda por descobrir.

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  2. Belo texto! É a sensibilidade da escolha.

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  3. Olá Isa! Estupenda prosa poética - magnífica! Gostei muito, aliás, adorei a sua expressividade....
    Aceite meu abraço com os votos de um ótimo fim de semana.

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  4. A corrente vencerá os braços, não como quem engole ou derrota, mas como quem transforma,,, em água viva e pujante... talvez seja por isso que não consegue parar de nadar :)

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Um espaço para recortes que completem o álbum de instantâneos... Obrigada pela visita!
A space for clip to complete this snapshot album... Thank you for your visit!

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