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Não
conhecia aquela rua, os prédios eram apenas betão e metal, a pouca luz que
transparecia não chegava para me ajudar a ver o que havia em frente.
Tão
pouco sabia como tinha ido ali parar.
A
calçada parecia-me gasta, escura, ou então era a escuridão da rua a enganar-me.
Pareceu-me
que havia olhos na janela, procurei-os, apenas recebi relâmpagos frios e
indiferentes; de uma das janelas até uma ponta de desdém pareceu descer.
Apoiada
nas paredes que pareciam querer escapar-se-me entre os dedos, cheguei ao fundo
da rua e encontrei a curva que procurava.
A
poucos passos, estava o edifício iluminado, de onde ouvia já sons abafados, de
música.
Dirigi-me
à porta, alguém que eu não conhecia veio abrir.
Dei-lhe
o nome que me pediu, estranhei enquanto o procurava.
“Não
foi convidada!”
E sem
mais, fechou a porta!
Deixei
de ouvir qualquer som de música, e também esta rua ficou escura e desconhecida.
+-+-+-+-+
I didn’t know that street, the buildings were just
concrete and metal, the little light that shone was not enough to help me see
what was ahead.
As little as I knew how I had gotten there.
The sidewalk seemed used, dark, or else the darkness
in the street was cheating me.
It seemed there were eyes in the window, I looked for them,
just got cold and indifferent lightnings, from a window a bit of disdain seemed
to descend.
Backed on the walls that seemed to want to escape
between my fingers, I came down the street and found the curve I sought.
A few steps away, the building was lit, where from I
already heard muffled sounds of music.
I went to the door, someone I didn’t know came to open
it.
I gave him the name he asked me, thought it was
strange, while he looked for it.
"You’re not invited!"
And without anything else, he shut the door!
I no longer hear any sound of music, and also this
street was now dark and unknown.
Muito interessante, este conto.
ResponderEliminarQuando nos procuramos batemos tantas vezes às portas erradas.
O importante, afinal, é não desistir. Se não fomos convidados a entrar numa, haverá, por certo a porta certa que se abrirá.
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Gostei muito Isa, viajei nas tuas palavras, senti o desejo e o frio. Beijinhos
ResponderEliminarLindas expressões poéticas...parabéns, amei o Blog...Bom fim de semana...
ResponderEliminarquem bate, tem o direito de entrar
ResponderEliminarsob pena de a música perder o seu acorde perfeito,
o escuro pode tomar todas as coisas
grata pelo convite para entrar aqui!
um abraço
Nunca encontrara um blogue bilingue e acho a ideia interessante.
ResponderEliminarSe o fizesse seria em francês, mas isso é uma questão geracional, rrs
Quando vim, pensei, que encontraria um blogue fotográfico , com fotos a preto e branco, afinal não...
Ah, o mais importante: gostei do texto.
Desejo um óptimo domingo.
Olá, adorei ler o que escreveu, gostava de saber escrever assim, a sua escrita tem o dom de quando é lida e interpretada, entra em nós e transforma-nos em interpretes do que escreve.
ResponderEliminarObrigado pela sua visita ás minhas humildes fotos.
Abraço
ag
Nem sempre as portas aonde batemos se abrem...
ResponderEliminarpode ser mau, mas também pode ser bom, isso faz com que procuremos outras direcções, outros caminhos...
Muito lindo amiga!!!
bj
Por vezes é mesmo assim. Familiarmente estranho. :)
ResponderEliminarDeixas-me sempre intrigada com os teus textos! neste caso não estarias a sonhar?
ResponderEliminarBjs
nem sempre as portas se abrem
ResponderEliminare por vezes elas estão abertas e nós nem nos apercebemos
muito familiar este texto
um beijo
Há portas assim, que se fecham sem apelo.
ResponderEliminarIsa, minha querida amiga, tem uma Páscoa Feliz.
Beijo.
O caminho era estranho,
ResponderEliminarFaltava conhecer o mundo pra lá da porta…
Mas a porta, abriu e fechou.
(existem portões…)
Talvez, a porta fosse a errada, ou ainda não era hora de
A abrir…
Gosto sempre da tua escrita, quase mística … acho que posso
chamar-lhe assim, a esse lado denso em conto.
Beijos!