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| Foto: Autor não identificado | 
Um dia
Algo se parte
Apenas porque já não pode
ser
Ou porque frágil
Já era o metal.
Fica ali um coto partido
Desengraçado
Desengonçado
Dependurado.
Tentamos um enxerto
Mas o corpo rejeita-o
Procuramos aceitar
O que era, se foi, não é
Mas o que ser?
Talvez então
- Pensamos –
Esquecer?
Arrancamos então mais pele
Seca
Tentamos dissolver o passado
Num futuro que queremos
Ou julgamos.
Nada muda
O mesmo ar
O mesmo som
As mesmas mãos que
escorregam.
E é no segundo 
Em que não mais 
Conseguimos respirar
Que vemos
Entendemos
Sabemos:
Nada pode mudar.
Apenas Eu!





 
 
 
 
