- A
dúvida às vezes impede-nos de nos transformamos em mulher-borboleta. -
Abraçada a mim própria
Enrroladinha em mim
Abro os olhos
O espaço é pequeno
A luz é ténue
Braços entorpecidos
Querem esticar-se
A medo
Arrisco
Toco a parede que envolve
Parece maleável
Empurro
Resisto, parece forte
Trago de novo o braço
Contra o corpo frágil que
protege
Fecho os olhos
Não consigo adormecer
Os meus olhos não esquecem
A luz que parece vir
Daquele mundo lá fora
Pode ser ilusão
Mas Algo me diz que não é
Que é maior ainda
E se não for para mim?
Se não tiver olhos para a ver?
Enrrolo-me mais
Lentamente a luz esvai-se
Fica uma réstia apenas
Como que um brilho
Sinto frio
Sinto a cara molhada
Cansada
Adormeço.
Não sei quanto tempo
Mas de novo acordo
Sem pensar, espreguiço-me
As mãos e os pés
Tocam o invólcuro
De novo parece mexer-se
Continua escuro
Mas lembro-me da luz
Com as unhas tento vencê-lo
Puxo
Força
Rasgo um pedaço
Mais força
Abro um rasgão
E consigo espreitar
Como há mais luz
Que aquela que para aqui
Passava!
Quanto mais não fui?
Quanto mais posso ser?
Atrevo-me?
atreva-se, pois!
ResponderEliminarIsa,
ResponderEliminarEm versos nos contas mais que muitos romances de centenas de páginas...
Viajei contigo ao longo destas interrogações e até fabriquei o fim da história em que o atrevimento, afinal, leva à iluminação...
Obrigada pela viagem :)
Beijinhos!
Sim atreve-te, assim esclarecerás algumas dúvidas...muito lindo!
ResponderEliminarBjs