Quem lê / Who's reading

"a escrita é a minha primeira morada de silêncio" |Al Berto

sábado, 20 de dezembro de 2014

Carta do Pai Natal


Oh, Oh, Oh!
Olá, meninos adultos!!
Lembram-se de mim? Não, não estou a falar da figura no centro comercial, ou nos filmes de Hollywood ou impressa nos papéis de embrulho para o Natal…
Pergunto se se lembram de mim, o pai Natal, aquele a quem escreviam cartas a pedir um presente, o que estacionava o trenó no telhado e descia pela chaminé abaixo. O velhinho das barbas, eu mesmo!
Eu sei que alguns de vocês se lembram de mim. Vocês, que sorriem quando vêm as luzes de Natal a acenderem-se. E vocês, que voltam a ser crianças quando fazem a árvore de Natal e enquanto escolhem os enfeites. E vocês, que ao oferecerem presentes no Natal, sentem aquele calor no coração, igual ao que eu sinto na noite de Natal.
A vocês, eu poderia escrever, mas eu sei que vocês sabem que eu vos visito todos os Natais, e que vos deixo algo para afagar esse espírito que têm no coração. E vocês sabem também que estão dentro do meu coração.
Na realidade, esta carta é para os meninos adultos que já não se lembram de mim e, especialmente, para aqueles que nunca me escreveram.
Talvez alguns de vocês já se achem grandes demais para acreditar no Pai Natal e por isso não queiram perder tempo com todas essas coisas.
Bom, confesso-vos que isso me deixa um bocadinho triste… Porque o vosso lado criança é uma das melhores coisas que existem dentro de vocês. Não se lembram como eram felizes quando podiam ir brincar ou quando acreditavam que criaturas mágicas se escondiam no vosso jardim ou no vosso quarto? Lembram-se do que sentiam no Natal quando ouviam o “Oh, Oh, Oh”? Bem sei que agora há a azáfama toda, a correria para comprar todas as prendas antes do dia 24 – algumas no dia 24 – a preocupação a olhar para o extrato do Multibanco antes de ir comprar a seguinte. E depois, ainda falta comprar a comida para a ceia de Natal e preparar tudo. E, e, e…
E se parássemos só por um bocadinho? Pergunta-te: porquê toda essa preocupação? Não podes comprar o presente caro que querias? A pessoa a quem ias comprar vai ficar triste? Tu ficarás triste? Porquê? Já te perguntaste? Experimenta, pelo menos este ano, uma coisinha: compra o presente que podes comprar, mas compra algo que sabes que a outra pessoa vai gostar. Pode até ser algo simples. Se não puderes comprar, faz-lhe algo. Aposto que vai ser uma prenda ainda mais especial.
E, acima de tudo, não te esqueças do mais importante de tudo: ao ofereceres o presente, acompanha-o de um abraço sincero?  sentido.
Se não puderes comprar ou fazer m ais nada, esse pode até ser o único presente. Pode parecer-te pouco. À outra pessoa pode também parecer pouco a princípio. Mas… e se eu disser que esse presente irá deixar uma marca mais duradoura que qualquer um que possas embrulhar? Parece-te estranho, eu sei. Mas porque não tentas? Mas tenta de coração aberto, de outra forma não me darás oportunidade de mostrar que tenho razão.
Peço-te apenas um pequeno acto de fé. E nem é em mim, é em ti.
Depois me dirás… Ou não digas, se não o quiseres. Guarda o que sentires para ti. Mas depois não te esqueças desse pequeno fogo que te aqueceu o coração. E busca-o no resto do ano. Chama-o tantas vezes quantas as que quiseres e conseguires…!
Talvez no próximo ano já acreditem um pouco mais em mim. Ou talvez não. Mas eu ficarei feliz se já acreditarem um pouco mais em vocês!
Vou aproveitar ainda esta carta para falar também com outros meninos-adultos. Aqueles que não gostam das prendas que recebem e que, por isso, já desitiram de mim.
Entendo que às vezes seja frustrante pedir uma coisa e receber outra. Mas, sabem, eu gosto de dar prendas úteis. Úteis no sentido de ajudarem a conseguir algo – que devem sempre ser vocês a conseguir – ou no sentido de vos ensinarem algo.
Sei que não é assim que se entendem alguns presentes, à primeira vista. Mas agora que leram esta revelação, digam-me lá se, olhando para trás, não receberam presentes que traziam estas benesses atrás?
É esse o meu desafio: da próxima vez que receberem algo de que não gostem tanto, perguntem a vós mesmos o que pode aquele presente ensinar-vos ou trazer de bom, ao fim de um tempo!
E, finalmente, ainda há quem, por vezes, receba o famoso pedaço de carvão. Pois é, parece um presente pequeno, inútil e sem graça. Ainda por cima é associado aos meninos que se portam mal. Mas eu tenho a dizer-vos que não é essa a intenção. Eu não quero castigar-vos. O pedaço de carvão é apenas uma mensagem… Se um pedaço de carvão está apagado e sem vida, também é verdade que ainda não é cinza. E que com um pedaço de calor e um pouco de fogo, voltará finalmente à vida e ele próprio a produzir fogo e calor. E assim são também vocês. Assim somos todos nós, com o potencial de sermos chama viva. É esse o desafio que vos deixo, caso encontrem um pedaço de carvão no sapatinho: que o reavivem com a vossa luz. E não me digam que não a têm, porque têm! Pode até estar diminuída e mal se ver, mas não está extinta. E basta um pequeno sopro para que ela se reavive.
E isto vale para todos vocês, meninos-adultos. Mesmo para os que não receberam carvão. Nunca se esqueçam da vossa luz!
E para que ela se fortaleça, já acendi a luz do Natal e mando-a para todos, para que ilumine o vosso coração e lá viva durante todo o ano!
Feliz Natal!
S. Nicolau




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Desejo a todos um Feliz Natal e uma passagem de ano a adivinha um excelente ano novo!

Da minha parte, volto em 2015! :)


Este texto foi também publicado n'Os dias em que olho o Mundo. para quem segue os dois blogs, pelo desculpa pela repetição, mas quis mesmo dar voz ao velhinho de barbas brancas! ;)





sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Liebster Award

O Instantâneos a preto e branco está muito feliz com o carinho dos amigos, pois foi nomeado para outro prémio: o Liebster Award! A nomeação vem do Crazy 40 Blog, a quem agradeço a indicação e o carinho pela minha escrita!

As regras para participação são as seguintes:
1) Mostrar o prémio;
2) Anunciar o prémio com um post no seu blog e agradecer ao blog que o indicou (com link);
3) Nomear 11 (onze) blogs para este Prémio;
4) Responder às perguntas abaixo.

01. Quais foram as razões para abrir o seu Blog?
Até começar o blog, escrevia em cadernos que apenas eu (re)lia. A abertura do blog foi um impulso, e que surgiu da vontade de começar a partilhar a minha escrita e de ter uma percepção de como ela seria recebida. Como a maioria (ou talvez todos) dos meus impulsos, foi uma aventura de que não me arrependi!

02. Que conselhos daria para quem quiser abrir um Blog?
Que o faça principalmente pelo prazer de escrever / fotografar / etc e pelo de partilhar.

03. Qual vantagem lhe trouxe? O que conseguiu através de seu Blog?
Após quase 4 anos de blogoesfera, sinto que a minha escrita evoluiu, tornando-se mais segura e consistente. Por outro lado, tenho tido a oportunidade de explorar novos estilos que não conhecia antes de iniciar o blog, como os haiku, os micro-contos ou a poesia concreta.

04. Que objetivos tem a curto/médio prazo?
… Escrever!
J

05. Diga três erros que cometeu quando abriu o Blog.
Nenhum de que me arrependa. Tudo o que está publicado no blog faz parte da história dele e fez e faz sentido.

06. Que Blogs visita diariamente?
Não tenho possibilidade de visitar todos os blogs diariamente, mas tento acompanhar o mais possível as publicações dos autores que sigo.

07. Tem algum tipo de ajuda no Blog?
A gestão do blog é feita por mim. Mas vou tendo feedback dos amigos e leitores, o que me permite sempre melhorar. No que se refere à imagem, tive também a sorte de ter contado com algumas dicas preciosas de uma amiga da área de marketing e que tornaram a imagem do blog mais “fresca”.

08. Quais os temas dos Blogs preferidos?
Literatura, viagens e fotografia, na maioria dos casos.

09. O que mais aprecia escrever no seu Blog?
Cada palavra que escrevo é uma fonte inesgotável de alegria para mim.

10. O que o liga a um Blog que visita?
A forma como as palavras me prendem e me fazem voltar!

11. O que conseguiu através do seu Blog?
Sem dúvida, fazer sair de dentro de mim a escritora que estava adormecida!

Blogs nomeados
Neste ponto, vou subverter as regras e nomear todos os leitores e seguidores do blog, pois sem vocês ele não faria sentido! Muito obrigada a todos pela presença, comentários e incentivo!



sábado, 13 de dezembro de 2014

(Dis)connected

Foto: www.pixabay.com

Bound to Earth
That was how I woke up
One day, feeling lost
Not knowing why!
All of the sudden
The memories
Were no longer lost
I remembered everything
How I used to fly
And I used to be one with you
And the Universe was hoe
Now I’me here
Disconnet
No recolection of my elder tongue
My eyes hurt for not seeing
My ears hollow for lack of use
All my body hurts
Feeling the soul pounding from whitin
My thought wants to let
Her scream out
But she’s afraid the world won’t listen!

Lost within myself
Only one thing to do:
I kneel
And say that old prair
Only you and I know
You listen
And you answer
‘Cause you are me
And I am you.
I remember.
I want to go back.
Here I am.
I want to go home.
Ready to leave all the rest
Behind.
You are in me.
I am in you.
Connected.


sábado, 6 de dezembro de 2014

Haikando (me)

Foto: Hermin Abramovitch

Buscando (me)

Saudades de ti
Procuro e entendo
Saudades de mim


Libertando (me)

Passo a passo
Redescobrindo o Eu
Alma renasce


Trazendo (me)

Olho para trás
Seguro a luz na mão
Deixo a sombra
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