Do dia de ontem restam fragmentos de memórias, vestígios de momentos. Alegres. Tristes. Fugazes. Longos. Intermináveis. Dolorosos. Recompensadores. Inesperados. Rotineiros. Simples. De luta. Batalhas. Vencidas. Perdidas. Lágrimas. Desalento. Sorrisos. Risos. Esperança. Sonhos. Nunca nada. Nunca tudo.
Hoje escrevo estas palavras. E amanhã já serão de ontem. Serão também elas vestígios de ontem. Os momentos de hoje farão parte das memórias de ontem.
O amanhã está á minha espera. Sabe que chegarei. Rápido. Quase em dar por isso.
Sou um rosto entre a multidão. Por vezes perdido no meio de tantas expressões. Expressões confiantes, conformadas, desiludidas, cansadas, quebradas. Alguns rostos fixam o olhar em frente. Outros evitam olhar. Presos no passado ou no presente. E eu?
Sou um rosto seguindo as engrenagens do Tempo. O seu ritmo.
Retirado do baú, 2002
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Foto: Venezia, by Isa Lisboa |
From yesterday, all that thers's left are fragments of memories, traces of moments. Happy. Sad. Fugacious. Long. Endless. Painfull. Rewarding. Unexpected. Routine. Simple. Of figth. Batles. Won. Lost. Tears. Dismay. Smiles. Laughter. Hope. Dreams. Never nothing. Never everything.
Today I'm wrinting these words. And tomorrow they will be yesterday's. They will also be traces of yesterday. Today's moments will be a part of yesterday's memories.
Tomorrow waits for me. Knows I will arrive. Fast. Almost unnoticed.
I'm a face in the middle of the crowd. Sometimes lost between so many expressions. Confident expressions, conformed, desapointed, tired, broken. Some faces look firmly forward. Others avoid looking. Trapped in the past or in the present. What about me?
I'm a face following the gears of Time. It's rythm.
Written in 2002