Quem lê / Who's reading

"a escrita é a minha primeira morada de silêncio" |Al Berto

sábado, 31 de janeiro de 2015

Olhos negros

Foto: anna bocek art

Os teus olhos estão negros hoje
Parecem declamar-te
Como um poema dito
Que escreveste a ti mesma;

Expões
As páginas do livro
Abertas sobre o rosto
Não há quem as saiba ler!
Sentes tu.

Poucos as vêm
Menos as entendem
As palavras escritas por teu punho
Guardadas aí
No negro dos teus olhos;

Mas há quem as tacteie
Como se fossem Braille
Quem as abrace com paciência
Até que deixem de ser grito
E as apanhe
Quando caem lágrima.

Os teus olhos estão negros hoje
Ao teu lado
Silenciosamente
Alguém espera que volvam ao mar.


Poema originalmente publicado no Beco de Ideias, aqui.

7 comentários:

  1. Um poema lindo e muito introspectivo. Dizem que devemos tomar cuidado com os olhos negros. Será?

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  2. Não são os olhos o espelho da alma?

    Belas estas palavras.

    bjs

    ResponderEliminar
  3. O negro é triste, lembra escuridão.
    Mas a luz que há num olhar...
    Faz bater o coração.
    :)

    ResponderEliminar
  4. São olhos senhora

    e já é tanto

    ResponderEliminar
  5. por vezes assim é.

    estados de alma reflectidos.

    :)

    ResponderEliminar
  6. Olhos negros, são paixão!
    Bjs

    ResponderEliminar
  7. Belo o poema a uns belos olhos negros.
    Gostei muito.

    Beijinho meu

    ResponderEliminar

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