Encontrei-os. Ao silêncio e ao
ruído. Podem ambos conviver em mim. Precisam um do outro. Se não se
atrapalharem mutuamente, se se entenderem, se se permitirem um ao outro, fazem
maravilhas.
Encontrei a dor e a cura. Ela vem
sempre que lhe abrimos a porta. Ambas vêm só quando lhes abrimos a porta.
Encontrei o caminho. Basta abrir os
olhos e ver. E deixar que os olhos vejam. A coragem para o seguir é o que vem
logo depois. E custa muito menos que o primeiro esforço de abrir os olhos. E de
deixar a ilusão de que a Felicidade só existe às vezes. E de que não temos
lugar.
Há sempre um lugar. Nós somos o
lugar. Onde podemos descansar. Ou não. Podemos também correr.
Somos peças de puzzles, mas não
precisamos encaixar perfeitamente. Se fosse assim, o puzzle não seria tão belo.
E não faria sentido. Não seriam precisas tantas peças.
Por isso como poderemos alguma vez
estar desalinhados?
E porque sei que não, chegou a hora
de ir. Não vou embora. Apenas sigo. Não desapareço. Apenas estou. No meu lugar.
Até sempre,
A Desalinhada