Sempre soube nadar só contra a
corrente. Se me deixasse ir, afogava-me nas águas que levavam aonde eu já sabia
e a calmaria das águas haveria de me engolir até que nada mais restasse.
Não chegaria nunca a terra, seria
uma nova antártica. Mas de mim nem lenda ficaria, a história só lembra os
derrotados quando há um herói que proclama vitória.
Nem eu o quereria, que me cantasse.
Se a corrente me vencesse os braços,
apenas quereria ser esquecida. E esquecer.
A memória do que fui, sabê-la, tê-la
presente, seria como afogar-me de novo. A cada segundo que passasse.
E é por isso que não consigo parar
de nadar…!
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