E se eu pudesse um dia falar
contigo, que te diria?
Será que te avisaria dos buracos na
estrada? Será que os evitarias, ou acharias ainda que os podias reparar?
Será que te avisaria que um dia a
vida te agarrará pelos pulsos e que vais sentir que é por eles que respiras? E
que um dia sentirás que não tens ar, e que te habituarás a isso, por momentos?
Por momentos, antes mesmo de gritares mais alto, e de assim voltares a encher
os pulmões, agora um pouco lesionados.
Respirar eu sei, dir-me-ias tu, sei
expirar e inspirar, no tempo certo.
Mas sem querer, começamos a
inspirar, inspirar, inspirar… Como te poderia avisar?
E como te poderia convencer de que
tens crenças vãs, menina?
Menina não, cresceste depressa. E
não cresceste, és criança, acreditas, não devias. Não és ingénua, apenas
acreditas. Chamas-lhe esperança. És bonita, és feliz. Mas és tola. E vais
perceber isso. Pensará que o Mundo to tirou. Mas não tirou. Tu é que és tola.
Remas, não desistes da outra margem, mas ninguém gosta de navegadores. Só dos
que a História recorda.
Por cada remadela que dás, há ventos
que se levantam. E tu achas que os podes ultrapassar. Tola. Menina tola.
Tola és tu!, me dirias.
Talvez não te dissesse, tens tempo
de crescer o que te falta. E eu quero que tenhas razão. Que a tola seja eu.
Se eu pudesse um dia falar contigo?
Que te diria? A ti que eu já fui.
O
aniversário é sempre algo de especial para mim, pois temos a oportunidade de
celebrar o nascimento de alguém ou algo. E quando se trata de alguém especial
para nós, os motivos para celebrar e estar feliz são ainda maiores.
Hoje é o aniversário dos Instantâneos
a preto e branco e por isso, apesar de este espaço ser o meu projecto, venho
aqui dar-lhe os Parabéns! E faço-o com a alegria de quem abraça um amigo.
Porque este espaço não é só meu, é também de todos quantos me visitam, quantos
me deixam comentários e até alguns que me deixam mensagens de incentivo.
Com novos seguidores ainda a
surgirem, aqui e no facebook, o Instantâneos a preto e branco veste-se de mais
cores que as que imaginei há 3 anos atrás.
Este espaço têm-me oferecido tanto ou
mais quanto eu lhe dou.
Eu que sempre guardei a minha escrita
em gavetas, descobri aqui novos horizontes, por onde a deixar viajar, sinto-a a
crescer, a mudar. Não me atrevo a rotular o sentido da mudança, até porque o
que me faz aqui continuar é a descoberta de novos caminhos.
E é por causa desses novos caminhos
que o título deste post pede uma folha em branco. Porque espero que me sobre
sempre uma, para poder continuar a escrever!
Muito obrigada a todos pelo apoio,
pelo incentivo e por me lerem!