Adormeci e sonhei. Sonhei que a árvore de Natal estava feita.
Linda, cheia de cor, perfeita. Até o cheiro a pinheiro acabado de cortar se
sentia na sala.
Lá no cimo, a minha estrela, no meio da cor, o meu anjinho.
Sentei-me em frente a ela, embalada por algum cântico de Natal,
que talvez só eu ouvisse.
Atraída por um brilho inesperado, olhei para cima. Era a minha
estrela, que brilhava agora mais forte. Era um feixe de luz que se formava, que
lentamente veio até mim.
Pelo caminho que se formou, desceu o anjinho da árvore, sorriu e
deu-me a mão.
Fui invadida por uma calma estranha, mas verdadeira.
Percebi que realmente era já Natal e fiquei feliz por isso. Em
breve, ouviria as renas no telhado, o Pai Natal a descer apressado pela
chaminé, e eu ficaria a espreitar como se não soubesse que ele ia chegar. Como
se já tivesse deixado de acreditar. E depois voltaria para a cama, à espera da
manhã seguinte, de fingir a surpresa ao descobrir um presente para mim. O que
seria este ano? Eram sempre presentes que eu podia usar até ao Natal seguinte.
Foi aí que acordei, com esta expectativa a abraçar-me.
Senti um aroma diferente a entrar no quarto. Levantei-me e
segui-o. Levava-me à sala. Era o cheiro do pinheiro acabado de cortar.
Lá no cimo, a minha estrela, no meio da cor, o meu anjinho.
Este poema foi publicado originalmente aqui, no Pense fora da caixa, blog em que publico regularmente. Descubram também as minhas publicações neste espaço, bem como a de outros talentosos artistas!